domingo, 13 de setembro de 2009

Terminou a silly season…

Dizem que esta época do ano é a “silly season”, o tempo de verão em que nada se passa e só se noticiam frivolidades! Este foi deveras diferente, da política ao ‘star sistem’ o que não faltou foram novidades. Só os “cromos” é que foram os mesmos!

Este verão Lisboa e Porto ficaram um pouco esquecidos, isso é verdade, talvez porque as redacções assentaram no barlavento onde, nesta época do ano, os mais “silly” rumam no intuito de não perderem a oportunidade de ver uma fotografia publicada numa qualquer publicação!
A batalha de titãs entre bares, discotecas e relações públicas também torna-se mais evidente nesta altura do ano. Cada um tenta fazer melhor que o outro. Cada RP tenta que o seu espaço ganhe na corrida à ocupação de mancha nas páginas das mais variadas revistas e jornais… é um vale tudo por uma renovação de contrato no ano que se segue. Talvez por isso mesmo as distribuidoras de revistas e jornais reforçam todos os anos, neste período, o número de exemplares em cada banca algarvia. Porque mal acordam, às 4, 5 horas da tarde, as ‘individualidades noctívagas’ banham o rosto e, mesmo antes de escovarem os dentes ou tomarem o ‘piqueno-almoço’ correm à livraria mais próxima para atestar se alguma foto sua foi publicada.
Posso parecer suspeito ou pouco isento no que aqui escrevo, mas, para mim e baseado na opinião de muitos, o Manta Beach Club fez jus ao slogam: “Estou Feliz, estou no Manta”. Até a apresentadora Cristina Ferreira e o marido, António Casinhas, que dificilmente encontramos numa festa lá esteviram!
As suas portas encerraram no passado Domingo e, como todos os dias, esteve a abarrotar! Estive lá. A Maya, directora de relações públicas do espaço, não me surpreendeu. E receio ser mal interpretado, mas não me surpreendeu porque há muito que reconheço o seu trabalho. É uma mulher singular na arte de receber e organizar e, se algo tivesse corrido mal, aí sim ter-me-ia surpreendido.
Perplexo fiquei com a restante equipa… barmans, bartenders, porteiros, seguranças. Mas a revelação foi mesmo Carla Baía e Ricardo Tavares. Ela, uma relações publicas iniciante mas humilde. Não alimenta ‘diz-que-disses’ e mantém uma postura discreta, trata o convidado VIP da mesma forma como trata o comum dos mortais que pagou o consumo mínimo para entrar. Tem postura de RP, sabe que um verdadeiro RP promove a marca que lhe paga, actua nos bastidores, orienta os media, guia e fica atrás do fotografo.
Um autêntico RP trata o VIP como família mas deve tratar o não VIP como amigo. É o não VIP, aquele que não tem consumo isento, gratuito, que lhe paga os honorários, que merece o mesmo apreço, consideração e atenção que a dita “celebridade”.
Carla e João Ribas, sabem que o RP é o elo de ligação entre uma entidade, produto, marca, instituição e o seu público. Não e ser ficcionista, guionista, figura pública, inventor de romances, de historias que os mantenham incessantemente nos media... Desses, os media só publicam fotos porque eles são notáveis fontes, porque lhes são úteis a chegar ás figuras de segundo plano. Pois eles, que não passaram ainda de meras figuras de 3 escalão, não são mais do que aquilo que julgam ser.
O oposto de tudo isto, Barbara Taborda. Com anos de experiência no que é organizar festas e ser RP de espaços nocturnos, sorri de acordo com o estatuto do convidado. Ao staff, a quem labuta a seu lado, oito horas atrás de um bar, a servir e a lavar copos mal dirige a palavra. Postura de tal forma arrogante que, pelo Manta, a equipa refere-se a ela como “a outra”, baniram pronunciar o seu nome.
Barbara tem muito a aprender. Deve começar por assimilar que ser RP não é sinónimo de figura pública. Veja o caso de Rita Rolex ou Xana Nunes, que ela bem conhece. Em quantas festas as viu neste verão? Quantos romances lhes imputaram neste verão? Quantos paparazzi sobre elas foram publicados? Não. Claro que não. Elas sabem distinguir esfera pública de esfera privada porque o assimilaram no estudo, porque leram Grunig e Habermas.
Ser RP é muito mais do que ter um telemóvel recheado de contactos de figuras de segundo plano que convidamos para as nossas festas. Isso e ser palhaço, atractivo de circo, atractivo do povo que vai para os ver! Não há nada contra, até ao instante em que essas pessoas saem da sua órbita, perdem a noção da realidade e merecem ser chamadas à atenção por quem tem a audácia de lhes dizer que estão a fazer um papel burlesco. De lhes dizer aquilo que 99% das pessoas crítica, censura e diz, mas nas suas costas, entre dentes com temor de não ser convidado para o próximo ano!
Custa-me a admitir que algumas pessoas não apreciem a minha frontalidade... Pois de ‘A a Z’ eu poderia enumerar uma série de "amigos" que pensam o mesmo que eu mas não têm a coragem de lho dizer. Talvez porque dependam da sua fraca influência por ainda serem mais fracos do que ela, por exemplo.
De mim, fazem o mesmo. Mas isso não me tira o sono ou espanta, pois só os deslumbrados, os prostitutos sociais é que crêem ser venerados e amados por todos... eu não!

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